COMO E COM OS TRÊS REIS MAGOS: VAMOS AO PRESÉPIO!


Não dá para ser franciscano e não ir, de um modo especial nesta época do ano, ao Presépio; embora no espírito franciscano é preciso ser e ter o Presépio o ano inteiro e a cada momento. Nesta época do ano é inegável que o coração tem ritmo e pulsar diferente de maior sensibilidade, de alegrias e encontros, e também certos apertos, certos nós na garganta diante de tantos contrastes. O Natal fisga o coração humano de um jeito diferenciado. Como os Três Reis Magos saímos dando passos inéditos para encontrar Mistério e lugar celebrativo. Tem uma Estrela mapeando o rumo, tem uma Estrela na consciência espiritual.

Somos Magos de culturas diferentes e não dá para ir buscar Encarnação em sentido único. O Deus que vem morar na história encheu a terra de divindade humanizada. Apesar da explosão midiática de hoje, as Hierofanias, a manifestação do Sagrado na existência, são de ontem, de hoje e para o amanhã. Os Magos tinham a precisão do olhar científico que ao ser filtrado por uma Luz, tornou-se busca da presença divina. Há sempre grandes almas nascendo em algum lugar; mesmo antes de Cristo, as religiões já celebravam em algum lugar a certeza: há um Deus que atrai como um ímã e revela que, por caminhos diferentes, chegaremos todos ao Único Necessário.

Os Reis Magos entendiam de luz sideral e de Luz Absoluta. Quem conhece segredos da ciência não pode esconder que almas santas nascem em terras desconhecidas e em qualquer tempo, envoltas em panos de mistério. E saíram procurando em todo caminho, trilhas e becos, vilas e cidades. Entraram e escutaram a Alekh: “Eu trago luz para seu lar, dou luz para sua casa. Eu deixo luz em sua morada!”

A luz celebra um princípio eterno: Deus é uma luz cósmica que acende sonhos, buscas, altares, velas e moradias. Há um raio de divindade que brilha dentro de cada pessoa no olhar e no gesto. Moisés viu a luz na sarça ardente, um arbusto queimando o que não serve, o que é finito e limitado, para purificar o que ainda serve, tornando infinito. No meio da luz Deus vem conversar e não tem como não fazer um caminho, uma viagem como um Rito de Iniciação. O Evangelista João coloca a voz do Mestre: “Eu sou a luz do mundo!” (Jo 8,12). Se tem luz pode-se saber para onde se vai e onde se está, o que tem gosto e o que está pleno de temperos e sentidos. “Sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,14). 

Continua  

FREI VITORIO MAZZUCO

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