O ANO SANTO DA MISERICÓRDIA - Perspectivas Franciscanas - Final


É vital encontrar alguém em quem a misericórdia encarnou-se. Pessoas passam pela nossa vida e nos completam com gestos de carinho e atenção. Na prática de gestos de amor e cuidado aí está Deus, com seu infinito olhar de misericórdia.

É urgente que a cada momento as pessoas se comuniquem e se ajudem. Não dá para viver melhor sem a força de alguém.

É natural amar do jeito que Deus ama: de modo incondicional. Na Regra não Bulada 7,13, diz Francisco: “E todo aquele que deles se acercar – seja amigo ou adversário, ladrão ou bandido – recebam-no com bondade”.

É necessário aprender que misericórdia e compaixão é também condescendência, isto é, conviver como os limites, ter uma enorme paciência com o diferente do outro, sobretudo com as sua falhas. Diz Francisco em suas Admoestações 18: “Bem-aventurado o homem que suporta o seu próximo com suas fraquezas tanto quanto quisera ser suportado por ele se estivesse na mesma situação”.

Misericórdia é um modo leve de tratamento cordial e atrela muitas virtudes. No Sacrum Commercium temos a Senhora Dama Pobreza exaltando a simplicidade dos frades porque “eram homens de virtude, homens pacíficos, mansos e humildes de coração “(SCom 37). Esta postura virtuosa transformou-se em Forma de Vida, por isto temos na Regra Bulada 3,11: “Sejam mansos, pacíficos, modestos e afáveis e humildes, tratando a todos com honestidade como convém”.

Misericórdia é amar do jeito como Deus ama. É responder à convocação do Amor de Deus. Diz a Legenda Maior 9, 1: “Segundo Francisco era uma prodigalidade digna de um príncipe essa compensação pelas esmolas recebidas e prova de loucura total preferir o dinheiro ao amor de Deus, pois a inestimável moeda do amor divino é a única que nos permite resgatar o reino dos céus. Eis pois que é necessário amar muito o amor daquele que muito nos amou”.

Este é o jeito franciscano de sentir, pensar e agir misericordiosamente!

Frei Vitório

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