FRANCISCO DE ASSIS E A OBEDIÊNCIA COMO SERVIÇO


Esta é a chamada obediência amorosa que tem que caracterizar a fraternidade. Ela é fruto do Amor no Espírito, ajuda tanto os superiores como os súditos a viverem segundo o Espírito do Senhor. Assim, quando um Ministro Provincial, um Ministro da Fraternidade, não se comporta segundo o Espírito, segue a carne e vai contra a pureza da vida fraterna, e devem levá-lo ao Ministro Geral. Quando entre os irmãos existe alguém que não vive segundo o Espírito, mas segundo a carne, os demais irmãos devem admoestá-lo solícita e humildemente, se não emendar-se devem levá-lo ao Ministro Provincial.

Isto não é castigo, mas serviço recíproco. “E nenhum irmão faça mal a outro ou diga mal dele; muito pelo contrário, através da caridade do espírito, sirvam e obedeçam uns aos outros de boa vontade. E esta é a verdadeira e santa obediência de Nosso Senhor Jesus Cristo” (RnB 5). Aqui, Francisco de Assis recorre com liberdade, que é uma de suas características, a uma expressão bíblica, tirada de São Paulo: Irmãos, sois chamados à liberdade.

Procurai que esta liberdade não sirva a carne, mas sim uns aos outros ao Espírito, por amor ao Espírito. Pois toda a Lei se resume em uma só palavra, a saber: ama ao próximo como a ti mesmo ( .... ) E digo: caminhai no Espírito contra a carne. As obras da carne são impuras ( .... ). Porém, os frutos do Espírito são: amor, alegria, paz, paciência, benevolência, bondade, longanimidade, mansidão, fé, modéstia, abstinência, castidade ( .... ). Se, pois, vivemos no Espírito temos que caminhar com o Espírito “ (Gal 5, 13-26; Rm 15,30).

Francisco de Assis acrescenta a obediência como serviço recíproco e de modo livre a compara à obediência de Cristo. Servir e obedecer mutuamente é o caminho de Cristo que resume toda lei, todo amor. Viver assim é vencer o egoísmo.

Imagem: Francesco Podesti (Ancona 1800-Roma 1895)

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