ANO DA VIDA CONSAGRADA - Reflexão sobre os votos - IX




4. A CASTIDADE – A PUREZA DE CORAÇÃO



Mediante a castidade, Deus, que é Amor, Bondade Total, Beleza Maior, vem aceito e amado como o Supremo Bem. Ele é a única realidade afetiva que nos pode preencher pois aparece como a Fonte do Amor. Amar a Deus como a centralidade da existência é a maturação do Amor que desenvolve todo o nosso mecanismo afetivo. A castidade só pode ser entendida na perspectiva do Amor a Deus. É a descoberta e a aceitação deste Amor como força transformadora que desenvolve o Coração e determina positivamente a existência.

Pela castidade podemos resumir e transcender toda a nossa vida em forma de doação por Amor. É uma doação e não uma fuga. Não somos castos para nós mesmos, somos castos para o Reino de Amor.

Amar a Deus Pai e a seu Filho Jesus Cristo é um Amor necessariamente plural. Uma disponibilidade e doação profunda de todo ser, a entrega total do coração humano ao Coração de Deus. É o maior desenvolvimento integral da pessoa humana. Não é uma privação do Amor, mas a sua ampliação.

Castidade não é dividir o Amor, mas sim os frutos do Amor! É um amor que se expande para toda a humanidade.

Algumas ideias sobre a Castidade para uma reflexão pessoal e comunitária:


- A Pureza de Coração é o secreto tesouro levado dentro em mim em todos os caminhos. Um tesouro guardado, cuidado, que atrai em segredo... É o tesouro da alma escondido no corpo.

- Castidade é amar como Deus ama. Um amor apaixonado por todas as pessoas e por todas as coisas da terra.

- É a força que nos endereça, que nos leva ao segredo íntimo das coisas da vida. A Castidade é um guia que nos conduz ao encontro da máxima doação de nós mesmos.

- É o olhar penetrante do Amor que vê o fundo mais profundo de todos os Desejos como pura Graça e esplendor natural do Desejo de Amor de Deus.

- É como diz  Angelus  Silesius: “Floresce por florescer”.

- Castidade é retrato vivo de mãe aconchegando o filho, o canto inocente da vida.

- É o íntimo mais íntimo de nosso ser.

- É um ver amoroso.

- É estar na eterna infância do Evangelho. Ser criança, ver tudo como criança e tornar-se criança para entrar no Reino Adorável do Pai Celeste.

- É voltar sempre e estar na simplicidade originária.

- É estar no êxtase supremo do louvor da Vida!

- A pessoa casta escuta mais o Mistério e a Graça. Não vive no cativeiro de sua vontade, mas na Vontade de Deus, no desejo de amar como Deus ama.

- Ver que Jesus é a Pureza de Coração. Maria, a fonte virginal. José, a Pura Simplicidade e o Silêncio respeitoso do Amor. Eles estão no caminho da perfeita correspondência de doação à vida.

- Um coração cheio de algo profundo não tem espaço para banalidades.

- Castidade não é reprimir necessidades, mas transformar, por amor, projetos de vida com a mais forte capacidade de Amar. Não é privação, mas sim força do amor!

- Castidade não tem a ver com genitalidade, nem com sexualidade, nem com a não realização de um ato sexual; mas é o permanecer na mais pura transparência de seu Ser, por causa do Reino do Céu. 

- Castidade é o coração indiviso. É dizer: eu sei a quem eu entreguei o meu coração. É Amor Oblativo.

No próximo post, a conclusão!

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