ANO DA VIDA CONSAGRADA - Reflexão sobre os votos - VI



Algumas ideias sobre a Obediência para a reflexão pessoal e comunitária:

- Aceitar a Vontade de Deus para com a minha vida não é uma exigência, é um dom. Não é escravidão, mas graça libertadora. A verdadeira grandeza de Maria não é ter dado o seu próprio corpo, mas ter obedecido a voz do Senhor. “Faça-se em mim segundo a vossa Palavra, segundo a vossa vontade”.

- Quando falamos de Obediência, a primeira ideia que nos vem é que ela só é possível no relacionamento de uma superior/a e com o Irmão/ã. Não é  ideia de superior e inferior. Isto não é Obediência, mas uma relação de poder. Obediência não é poder, mas serviço.

- A presença de uma superior/a é uma mediação da vontade de Deus que procura olhar a vontade de Deus manifestada no viver comum dos irmãos/ãs. Ser superior/a (ou coordenador/a de uma Fraternidade) é ser um instrumento qualificado da Vontade de Deus. O primeiro obediente da Fraternidade deve ser o superior/a que deve servir por amor aos irmãos/ãs. O seu serviço é sempre um Projeto de Amor. É a acolhida cordial da autoridade que me pede algo muito grande, mesmo nas pequenas coisas. Não concerne somente a uma pessoa, mas a todas da comunidade. Todas são convidados a ouvir um grande apelo.

- Etimologicamente, a palavra vem do latim “obaudientia”. “Ob” é partícula indicativa de abertura, acolhida, disposição, possibilidade. “Audientia” (do verbo “audire”) é ouvir, escutar profundamente, auscultar. Obediência, na força do significado da palavra, é colocar-se todo ouvidos na abertura, na acolhida daquilo que está sendo proposto. Ser todo abertura na acolhida para ir ao encontro de um Valor Maior. É escutar o Valor Maior que move a minha vida.

- O exercício da Obediência comporta certo sacrifício. A Obediência é uma Escola. A Obediência é um processo de maturação, de personalização da Religiosa e da Comunidade.

- Obedecer é olhar a diferença sem impor. Obedecer é compreender-se.

- Autoridade e Obediência são aspectos complementares da mesma participação de oferta e serviço. Obedecer é responder em plenitude segundo seus próprios dons.

- Na Obediência se vive o próprio Mistério Pascal de Cristo: sofrer para ser livre!

- É fidelidade e lealdade a um Projeto de Vida que se escolheu.

- Não se é obediente quando se cumpre ordens, mas sim quando, em todos os momentos, em todos os movimentos de uma vida abraçada, se busca ser fiel ao que se propôs.

- Contribuição de cada uma com sua riqueza pessoal, com todas as suas potencialidades. Dom de si.

- Não é passividade e nem conformismo.

- É esforçar-se em procurar o que fazer a mais e não um rápido servir e escapar.

- Obedecer é colocar a vontade própria a serviço de tudo e de todos.

- É ter a humilde e corajosa iniciativa na tarefa recebida.

- É prontidão, pressa em dar um encaminhamento e solução.

- Uma maneira de servir lúcida e ativa.

 - Obedecer por afeição e não por dever.

- Estar sempre pronto para manifestar generosidade.

- Mudar o “será que eu devo?”, “será que vou ser capaz?”, para o  “eu posso!”, “e quero!”

- A Comunidade é uma conquista conjunta da Obediência.

- Por obedecer ao Senhor eu me abandono ao Carisma, à sua causa e à sua Grande Inspiração.

- É o senso de pertença a esta família religiosa que obedece conjuntamente há tantos anos.

No próximo post, o tema "A POBREZA – O SEM NADA DE PRÓPRIO"

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