ANO DA VIDA CONSAGRADA - Reflexão sobre os votos - V



2. A OBEDIÊNCIA

Na Vida Religiosa, nós corremos o risco de passar o tempo todo em querer obedecer somente  estruturas, sofrer com elas ou querer mudá-las. Isto não é a Obediência. Isto é seguir de um modo mecânico um mundo de normas, o que é bastante fácil. Obediência é ser o Amor de Deus encarnado, e isto é o maior desafio. Jesus é o Obediente ao Amor do Pai, e isto foi a razão última de seus sentimentos. Isto o levou até a Cruz. A Obediência é um Amor que nasce na dinâmica de cumprir uma vontade maior. É comportar-se, fazer, reatualizar, assimilar o Modelo Obediente de Jesus Cristo, que ama o Pai e leva este amor à humanidade, sem reservas. Obedecer é aceitar, na fé, um Projeto de Deus sobre a minha pessoa. Não é entrar na vida religiosa por um gosto pessoal ou porque alguém quis e incentivou, mas sim porque Deus e seu Filho Jesus Cristo assumiram a centralidade de minha vida.

Obedecer é crer no amor de Deus Pai e fazer crer aos outros que o nosso Amor Evangélico de irmãos/irmãs é uma coisa muito séria. Deus e Jesus Cristo não são um simples critério ou norma, mas são Alguém cujo desejo se torna razão e significado decisivo da minha vida. A obediência é somente compreensível à luz da Vontade de Deus. É o constante exercício da identificação da vontade de Deus com a minha vontade. Isto dá luz ao meu Projeto de Vida. É um “Sim” filial constante. É a expressão teológica de meu modo de Amar. A Obediência é o meu encontro com a Vontade de Deus que se torna lei determinante e permanente da minha própria existência. Vale a pena justificar a minha vida na fé e no amor como um processo de descoberta e acolhida do Amor e da Vontade do Pai. A Obediência fortifica a minha liberdade.

No próximo post,
Algumas ideias sobre a Obediência para a reflexão pessoal e comunitária

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