ANO DA VIDA RELIGIOSA CONSAGRADA - Alguns Apontamentos - IX




47. Seguimento e imitação é a mesma coisa? Pode ser..., mas existe algumas nuances. Há aproximação, mas não uma total identidade. Seguimento pode ser mais exterior, mais material, mais ideológico. Imitação é mais interior, é mais comunhão de vida, é tornar-se igual. Imitar Jesus não é a interpretação impessoal do Evangelho, mas fazer de suas palavras a própria vida. Imitar é reproduzir na própria carne uma vida concreta que se toma como modelo. Cristo se encarnou para sacralizar a experiência humana.

48. Tanto no seguimento como na imitação a razão essencial de Jesus deve ser a nossa. A sua razão essencial era realizar a própria vida segundo o desígnio e a vontade do Pai. Seguimento não é apenas reproduzir ou repetir ensinamentos, mas é entrar na imitação com os mesmos sentimentos de Cristo, ser relacionado com Ele naquilo que Ele é! Clara de Assis e Francisco de Assis nos ensinaram que não basta seguir e imitar o Senhor, tem que apaixonar por Ele!

49. O Concílio Vaticano II destacou que todos os fiéis (LG 40.41) são chamados a perfeição segundo o modo de ser de Jesus Cristo, reatualizando e exprimindo, na própria vocação a vocação de Jesus Cristo. Ele é a nossa realização existencial.

50.Viver a Vida Religiosa Consagrada é a mesma coisa que dizer: a razão essencial de Jesus deve ser a nossa! A razão essencial de Jesus sempre foi realizar a própria vida sob a vontade do Pai. Não é apenas repetir, reproduzir ou copiar a fisionomia; o mais importante é ter os mesmos sentimentos dele, ser o que ele é! O Concílio Vaticano II destacou que todos os fiéis (cf. Lumen Gentium 40.41) em todos os estados de vida, são chamados à perfeição segundo a vida de Jesus Cristo, reatualizando e exprimindo na própria vocação e no seu contexto de vida. Esta é a plenitude de vida cristã!

51. Qual seria a verdadeira imitação de Jesus? De um modo metafísico procurar movimentar as maiores motivações interiores para equiparar: sentimento, carisma, dimensão divina, pessoa divina. De um modo moral e real entrar no mundo de sua dimensão humana e de seus valores éticos. Ele se fez um de nós! Seus atos são possíveis de reprodução, suas vivências históricas também. Cada vida humana tem a sua história própria, mas pode espelhar-se em Jesus. Cada um, cada uma, deve ser fiel a grandiosidade da escolha de sua vida, mas ter um valor encarnado de vida numa situação histórica. Jesus é inspirador e nós somos pessoas que inspiram uma motivação encarnada! É o mesmo que dizer: a minha vida é um dom individual, um dom comum, um dom do Espírito! Nós somos as disposições interiores de um profundamente humano chamado Jesus! O mundo de seus sentimentos, o mundo de suas intenções e valores, um mundo íntimo!

Continua

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