ANO DA VIDA RELIGIOSA CONSAGRADA - Alguns Apontamentos - VII



36. A Vida Religiosa Consagrada que nasce no rastro da experiência apostólica é algo personalizado, é um   plano de empenho ético e religioso de refazer a experiência de Jesus. A identidade de cada religioso e religiosa encontra a sua razão nisto. Jesus é o centro, a opção fundamental, o valor absoluto, o sentido maior da vocação ao discipulado. Neste ponto temos que entender Francisco de Assis, ele é um homem totalmente inspirado no Senhor e na sua Palavra.

37. A vida de Jesus é teologicamente o fundamento da Vida Religiosa Consagrada e o Evangelho é a Forma de Vida por excelência, como lemos em Clara de Assis, o indiscutível ponto de partida: o Evangelho é a novidade ético religiosa de Jesus. Não é apenas um escrito, é uma proposta, uma convocação, uma chamada. A proposta de transformar o mundo em Reino de Deus está encarnada em Jesus e deve estar encarnada no discipulado. É uma entrega de Fé e Amor. Jesus é o modelo perfeito da doutrina que prega. Viver o Evangelho é empenho radical para uma comunhão de vida e destino com Ele; é um serviço incondicional à causa do Reino.

38. Jesus propõe a todos um ideal de vida, um único ideal de vida, e chama todos indistintamente  a encarná-lo. Não se encontra no Evangelho propostas diversas, existe somente uma única  e heroica vocação, a vocação cristã! Podem variar o modo como se vive, mas não varia a força radical do Evangelho. Cada um de nós é um Projeto de Jesus!

39. Jesus, convidando a todos a segui-lo e propondo a mensagem ético religiosa radical de vida, respeita a vida sociológica de todos de seu tempo. Marta, Maria e Lázaro continuaram na sua casa. O casal de Emaús voltou para o seu lugar. Outros foram pescar. O que importa é,  no lugar onde se está, viver com empenho a máxima realização cristã! Nem todas as vocações são iguais porque as pessoas são muito diferentes. Não existem vocações para escolher, existe a minha vocação que devo seguir. Há um projeto de Deus sobre a minha pessoa! Não existe uma vocação abstrata, mas existe uma vocação concreta encarnada na existência humana.

40. “Senhor, que queres que eu faça?” Preciso ajudar Deus a realizar a sua vontade sobre mim!
Jesus propõe   à  todos  um  ideal de vida, e coloca como modelo o seu ideal de vida, chamando a todos indistintamente a encarná-lo. Não se encontra no Evangelho propostas diversas, mas sim uma única vocação, a vocação cristã, a vocação à santidade, isto é, ter o modo de ser de Nosso Senhor Jesus Cristo. Para isto existe uma intrínseca univocidade e radicalidade. Há exigências, preceitos e conselhos, como a do Sermão da Montanha, que apresenta o modo cristão ideal, a dinâmica totalizante da entrega por Amor, e é para ser seguido de um modo heroico.

Continua

Comentários