Reflexões Franciscanas - 13



31. O século XIV foi um século de crises. A Ordem Franciscana conhece momentos de decadência, mas não vê decair seu ideal de pobreza. Nestes séculos, entre os anos 1380 e 1396 surge o I Fioretti, livro que narra em forma legendária a luta heroica dos seguidores da Senhora Dama Pobreza para manter vivo este ideal. A reação contra uma decadência reforça o surgimento da Observância, com o beato Paoluccio de Trinci , em 1368, que foi reconhecida pelo Papa Eugênio IV, em 1446 com a bula “Ut Sacra”. Neste período refloresce o ideal franciscano da pobreza, pregação e santidade. Surgem São Bernardino de Siena, São João de Capistrano, São Thiago das Marcas. Em 28 de maio de 1517, a separação da Ordem entre Observantes e Conventuais. Em 1525 surgem os Capuchinhos. Todos buscando viver de modo mais perfeito possível a pobreza. A Ordem cresce e se difunde em ramos diversos: Reformados, Recoletos, Alcantarinos. Aparecem São Leonardo de Porto Maurício, Beato Leopoldo de Gaiche, Lino de Parma, todos procurando viver radicalmente  o espírito e a vida da pobreza.

32. A Segunda e Terceira Ordem dão também a sua silenciosa, mas efetiva contribuição. As Clarissas, na sua incansável fidelidade, no silêncio e na contemplação, no trabalho e na prece vivem a única riqueza necessária  e  escondida aos olhos do mundo, dentro dos Mosteiros, deixam transparecer o ideal franciscano, pelo brilho de Clara de Assis, com uma clareza inquestionável. A Ordem Franciscana Secular dá o seu memorável exemplo no mundo, fazendo renascer o espírito do Seráfico Pai na prática da simplicidade, da humildade e da pobreza. As Ordens em suas Regras e Constituições, seguram entre concessões e proibições, a pobreza como garantia de um límpido modo de vida. A pobreza franciscana tem implicância ascético-místico, espiritual, bíblico, histórico, apologético, jurídico, econômico. Nasce daí uma sólida espiritualidade que mostra que a essência e a alma do franciscanismo é realmente  a pobreza.

Frei Vitório

Imagem: São Bernardino de Siena e São João de Capistrano, óleo de Alonso Cano, Museu de Bellas Artes, Granada.

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