PORQUE SOU LIVRE, SOU RESPONSÁVEL

OU COMO A HERANÇA FRANCISCANA CRIA SUJEITOS HISTÓRICOS FORTES E NÃO INDIVÍDUOS ENFRAQUECIDOS EM MEIO AO CIRCO DA MODERNIDADE 

Sino e relógio. Alarmes de celulares. Toques de sinais diversificados, tudo construindo o tempo. Podemos imaginar, sentir e viver um tempo que passa tão rápido... e, em meio a esta aceleração toda,  perguntar: Como estamos nós?  Como nos sentimos? Qual a liberdade de ser o que temos que ser? Mais do que dar uma resposta à civilização atual temos que nos preocupar com uma humanidade possível. Temos que perguntar sobre o que nos possibilita e o que nos oculta. Liberdade é recuperar a inocência perdida, voltar ao natural, exigir a calma e não a hiperatividade. O tempo nos dá a beleza, mas o cronômetro tira o nosso olhar contemplativo. Tempo tornou-se ritmo de produção e não o gosto de existir. Do bilhete único à tarefa única. O tempo não é decidido pela pessoa. O tempo tirou a autonomia de nossa vida. Somos escravos da pressa. O tempo é a máquina do nosso tormento e não o nosso alimento.

Não é fácil pensar a Liberdade em tempos que o mercado nos escraviza, em que o dinheiro tem uma força real e simbólica e que nós pensamos o que pensam as mídias, e o capitalismo como sistema organiza ainda, tendenciosamente, a totalidade das nossas relações. Produção em massa para um consumo de massa. Dizemos que somos livres, mas aceitamos a ‘macdonaldização’ da existência. Entramos numa baia para comer uma comida que já foi escolhida por um cardápio que não é nosso. É a uniformização da vontade que nos reduz a ser iguais em tudo. É a disciplinização dos corpos: parar para comer rápido e abastecer-se para trabalhar  mais rápido ainda. Ser livre é não ser massa. Ser livre é não deixar-se envolver pelas muitas contradições que movem o nosso mundo. Ser livre é começar a pensar e escolher  com a própria cabeça e coração!

Continua

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