OS ÍCONES E AS IMAGENS IV

Numa figura santa que representa a pessoa iluminada, os cinco sentidos são simbolicamente representados e se interrelacionam. Os ouvidos ouvem a Palavra de Deus, o nariz sente seu perfume, a boca a louva, as mãos apontam para a sua Beleza, Bondade e Verdade e os olhos contemplam o mistério.

O Ícone mostra uma versão cósmica de eventos vistos na eternidade e, portanto, é indiferente à transitoriedade do tempo. O espaço é concebido como uma série de níveis metafóricos no mundo do espírito.

A Iconografia é uma arte teológica que consiste na visão e no conhecimento de Deus. Deve ser fiel ao mundo visível e também a Deus, que não pode ser reduzido à representação. Nem a arte nem a teologia podem criar um Ícone sem a dupla responsabilidade: ser fiel ao mundo visível e também fiel a Deus, que não pode ser reduzido à representação. O Ícone é o resultado de uma longa tradição de meditação e elaboração de aperfeiçoamento de técnicas de pintura e possui rica teologia de formas e cores estreitamente relacionada com outras formas de teologia. Os temas vêm das verdades da fé e não podem  ser sujeitos à especulação intelectual. O Ícone revela a realidade espiritual que está além de toda expressão verbal.

Neste mundo absorto em si mesmo, o Ícone ensina a receptividade do outro mundo como segredo da felicidade e nos convida a criar uma visão interior; muitos Ícones usam cumes de montanha como símbolo de elevação e proximidade de Deus e a porta como lembrete de revelação. Ele mostra diversos níveis da existência. Expressam o progresso da alma.

Imagem: Encontro de São Paulo com Cristo, ícon na Abbey Church.

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