O que é mística?


O amor não é amado saía Francisco gritando por todas as estradas, ruas e bosques da Úmbria. Que amor é esse que precisa ser amado. O amor da sublimação, da transcendência, a qualificação da vida a partir daquilo que se crê. Mas não crer não significa credo. As religiões hoje trabalham muito em cima de doutrinas, credo, catequeses, doutrinação. Ninguém se converte professando credo, porque Deus não é professar; Deus é sentir. Deus é percepção. Deus está dentro de mim e não fora de mim.
Ele sai de dentro para fora a partir de um sentimento, de uma busca, de uma emersão profunda, que muda, que sente. Isso é mística: o movimento da interioridade. Que está no centro e diz: Venha!
Deus é para ser sentido. Como fala aquele canto, que é um credo franciscano: “Doce é sentir em meu coração....”
Você já percebeu que é parte de uma imensa vida? Que você não está sozinho. Essa é a mística da percepção.
O que é mística? E apenas um revanche da pós-modernidade sobre a modernidade, que excluiu o sagrado de sua cultura profana. Da sua cultura consumista e mercantilista. Será que é apenas uma reação contra o esvaziamento religioso. O certo é que estamos vivendo um grande momento histórico. Estamos vivendo um grande momento da visualização explícita: a proclamação da sede do divino. Nunca se falou tanto de Deus! Nunca se buscou tanto Deus!

Comentários

Anônimo disse…
Frei Vitório,
Num mundo cada vez mais vesperal, há que se recuperar a graça matinal das origens da vida cristã e da vida franciscana. Obrigado, frei, pela sua mensagem. Compartilho sua esperança na pós-modernidade como um tempo privilegiado de recondução das religiões e dos religiosos à sua verdadeira missão: semear e cultivar a vida de Deus no mundo.
Um abraço,
Frei Vagner
Lages - SC